O presidente Donald Trump demonstrou apoio a uma iniciativa republicana que prevê o envio de cheques de US$ 1.000 a US$ 1.500 para contas de saúde de determinados norte-americanos. A proposta, anunciada pelos senadores Bill Cassidy, de Louisiana, e Mike Crapo, de Idaho, destina o valor a inscritos no Affordable Care Act (ACA). O depósito seria de US$ 1.000 para pessoas entre 18 e 49 anos e de US$ 1.500 para quem tem entre 50 e 64 anos.

A bordo do Air Force One, Trump disse a jornalistas que aprova a ideia. “Gosto do conceito. Não quero dar dinheiro para as seguradoras”, afirmou. “Elas vêm explorando o público há anos.”

A discussão acontece em meio à iminente alta nos custos de saúde para mais de 20 milhões de pessoas a partir de janeiro, já que os créditos tributários do ACA expiram em 31 de dezembro. Enquanto os democratas defendem a renovação dos subsídios por dois ou três anos, os republicanos têm apresentado alternativas paralelas.

Os democratas devem levar sua proposta ao plenário do Senado ainda esta semana, embora a medida tenda a fracassar por falta de apoio republicano. O acordo para permitir a votação foi fechado após a oposição exigir o compromisso como parte do fim da paralisação histórica do governo no mês passado.

A proposta republicana canaliza os valores para contas de poupança de saúde (HSAs), que permitem o uso de recursos sem tributação para despesas médicas qualificadas. O plano impede o uso do dinheiro para procedimentos de aborto ou cuidados relacionados à transição de gênero. O texto também mantém pagamentos de redução de custos do ACA, amplia a oferta de planos “catastróficos” de baixo custo e reduz repasses do Medicaid a estados que atendem imigrantes indocumentados.

“Os americanos não conseguem arcar com cuidados de saúde. Precisam de uma solução séria que alivie um sistema quebrado”, diz um resumo da proposta obtido pelo Newsweek. “Em linha com o pedido do presidente Trump, os republicanos propõem redirecionar recursos das seguradoras diretamente para os pacientes.”

Enquanto isso, o senador republicano Bernie Moreno, de Ohio, apresentou o CARE Act, que prorroga temporariamente o crédito tributário do ACA e cria uma transição de dois anos para o fim dos subsídios ampliados durante a pandemia.

O debate tem gerado reações intensas. Em entrevista ao Politico, Trump afirmou: “Quero oferecer às pessoas um seguro-saúde melhor por menos dinheiro. Elas vão receber o dinheiro e comprar o plano que desejarem.” O líder da maioria republicana no Senado, John Thune, reforçou que o projeto reduz prêmios de seguro “em níveis de dois dígitos” e entrega o benefício “diretamente ao paciente”.

Do outro lado, o Center for American Progress criticou duramente a proposta de Cassidy e Crapo, dizendo que ela “não é um plano de saúde real” e que transfere riscos financeiros às famílias. Já o líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, alertou que milhões de americanos enfrentarão aumentos expressivos nos custos caso o Congresso não renove os subsídios.

O Senado deve votar nesta quinta-feira tanto o plano republicano quanto a proposta democrata de extensão dos créditos do ACA.

Foto: Alex Wong/Getty Images

Fonte: Newsweek